Fabiano Daitx se manifestou nesta quarta-feira (21) sobre as declarações do zagueiro Rafael Dumas, no dia anterior. Em entrevista à TV Xavante, canal oficial do Grêmio Esportivo Brasil, o treinador se disse surpreso pelas palavras do jogador, que deixou o Rubro-Negro e se transferiu ao Manauara (AM).

Na terça, Dumas afirmou à Rádio Universidade que sua permanência no Bento Freitas seria “inviável” com a atual comissão técnica - mencionando os nomes de Daitx e do preparador físico Lincoln Bender. O zagueiro ainda trata uma lesão no tendão de Aquiles e participou apenas das três primeiras partidas do Gauchão - uma delas, segundo o treinador, no sacrifício.

A seguir, confira os principais trechos da manifestação do comandante xavante sobre a situação.

“O torcedor precisa saber o que realmente aconteceu. Pelo que a gente ouviu, foi totalmente fora do contexto. Fiquei surpreso de ser citado como um dos responsáveis pela saída dele. A gente não teve nenhum problema, nenhum desgaste, nada. Desde a chegada dele, a gente aceitou que ele viesse depois. Nós nos apresentamos no dia 20 de novembro, ele no final de dezembro. Treinou três dias, infelizmente teve uma lesão”.

“Ele pediu uma semana de folga entre Natal e ano novo. A gente não liberou para ninguém, não liberamos para ele. Tudo o que a gente fez foi acompanhar e tentar fazer o que a gente faz para todos aqui no dia a dia. O Dumas jogou três jogos e sei que ele jogou machucado. No dia em que ele foi embora, eu mandei uma mensagem para ele entendendo que tinha recebido uma proposta melhor e que ele sairia, mas que eu gostaria de contar com ele. A verdade, nosso torcedor, é essa”.

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“Fica muito ruim para a imagem dele dizer que saiu no momento em que o Brasil mais precisava. Estamos numa semana decisiva. Um jogo decisivo contra o Juventude. Há mais de três, quatro semanas, dizendo todos os dias para o departamento médico que a gente precisa do jogador. E o próprio jogador dizendo que não tinha condição de botar a chuteira no pé”.

“A verdade é bem clara. Ficaria muito ruim para a imagem dele dizer que abandonou o clube por uma proposta melhor. A maneira dele minimizar a atitude foi querer criar uma briga com a comissão. Entendo perfeitamente. Foi orientado por alguém, a gente sabe como é o futebol, mas o torcedor precisa saber. Nós nunca tivemos nenhum atrito com ele. A gente simplesmente cumpre aquilo que a gente tratou como instituição. O jogador sentiu uma lesão e foi muito séria. O médico sempre dizia: ‘o caso dele é difícil, precisa de tempo’. E tempo nós não temos. Teve um jogo que a gente praticamente forçou ele a jogar, e ele jogou. Agradeci ele por isso, foi muito homem naquele momento. Contra o Grêmio jogou meio tempo e pediu para sair, porque realmente não aguentava de dor. Tem que tratar. Lamentamos demais”.

“Para mim é um grande jogador, um grande zagueiro, de primeiro nível. Mas que não treinava. Se ele queria jogar não treinando, dizendo para o fisioterapeuta, para o médico, que não jogava, com dor, não consigo entender”.

“Não tem culpado e vilão nenhum, nem Fabiano, nem Lincoln, nem departamento médico. Ele reclamava que não conseguia botar o pé no chão. Recebeu uma proposta muito melhor, foi direito dele optar por sair. Se ele sentiu que a gente deveria ter tratado ele diferente, aí foi outra razão. Nós tratamos todos iguais aqui”.

“Podemos ter todos os defeitos possíveis, mas nesse aí a gente não tem culpa nenhuma. O jogador simplesmente recebeu uma proposta e saiu”.